Dicas para legalizar sua clínica na Anvisa

Mesmo antes da abertura, quem pretende ser dono de uma clínica médica, deve ter em mente que vários critérios devem ser seguidos. Não basta ter o espaço para instalar o consultório, adquirir equipamentos modernos e contratar uma boa equipe. Ter o próprio negócio na área da saúde exige que vários aspectos legais sejam cumpridos em diversos órgãos. Um deles é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Dentre outras finalidades, a Anvisa tem por objetivo “promover a proteção à saúde da população por intermédio do controle sanitário, produção e comercialização de produtos e serviços submetidos a esse órgão regulador, incluindo ambientes, processos, insumos e tecnologias a ele relacionados”. 

Significa que para abrir uma clínica, o empreendedor da saúde precisa cumprir normas estabelecidas pelo órgão federal, com vistas à legalização do estabelecimento. 

Importância de uma clínica legalizada

Quando seu estabelecimento está regular perante os órgãos fiscalizadores, há garantia de que pacientes, médicos e colaboradores estão em um espaço seguro e sem perigo de contaminações. 

As clínicas que atuam dentro da legalidade têm ainda a vantagem de conquistarem mais oportunidades de crescer. Há instituições bancárias que oferecem linhas de crédito com taxas e juros mais baixas para empresas regularizadas. É uma possibilidade a mais para a clínica que pretende ser mais competitiva, investindo na compra de equipamentos, contratação de pessoal. 

Outro benefício é a redução de impostos, uma vez que o dono da clínica tem opções de regime tributário, os quais escolherá o que melhor se adequa à sua realidade. 

Riscos de um estabelecimento ilegal

Por outro lado, os empreendedores correm risco do pagamento de multas com valores demasiadamente altos, denúncias, desaprovação em auditorias, e inúmeras outras penalizações, como ter o patrimônio desprotegido.

Documentos necessários:

Agora que você já entendeu que não vale a pena correr riscos, e prefere a garantia de uma clínica legal, saiba algumas dicas para regularizá-la na Anvisa. Veja quais são os principais documentos necessários para a legalização no órgão regulador. O objetivo é conseguir a Licença de Funcionamento Sanitária.

  • Alvará Sanitário (expedido preferencialmente pela Vigilância Sanitária Municipal. Mas, caso precise requerer o licenciamento sanitário, deve procurar inicialmente orientações no município em que a clínica se localiza);
  • Formulário de Petição;
  • Listagem dos procedimentos técnicos que serão feitos no espaço de saúde;
  • Relação dos produtos e equipamentos que serão usados nas atividades da clínica e seus nºs de registro no Ministério da Saúde;
  • Cópia do Contrato Social;
  • Cópia do CNPJ, caso seja empresa jurídica, ou do CPF, se for pessoa física;
  • Esboço da localização da clínica;
  • Comprovante de Recolhimento da Taxa;
  • Cópia da Carteira Profissional. O documento tem emissão pelo Conselho de Classe do Responsável Técnico;
  • Contrato de constituição de empresa, com visto no Conselho Regional de classe;
  • Declaração do horário de funcionamento;
  • Os gestores devem estar em conformidade com as determinações do Conselho Regional de Medicina (CRM);
  • Gestores devem estar em dia com os procedimentos do Conselho Federal de Medicina (CFM).

Resoluções importantes

Existe uma resolução no Brasil (RDC 153/2017) que trata sobre a classificação do grau de risco para as atividades econômicas sujeitas à Vigilância Sanitária, com a finalidade de licenciamento. Essa normativa é exigida em qualquer empresa no país, mas, as cobranças são mais rigorosas em serviços de saúde, como clínicas e hospitais. As exigências se justificam devido ao fato de que nesses estabelecimentos é muito mais alto o risco sanitário. E o cumprimento das normas resguarda a segurança dos envolvidos, evitando a contaminação, protegendo a saúde e integridade das pessoas. 

Para garantir que a clínica esteja dentro dos padrões estabelecidos e evitar atrasos ou entraves na regularização, é importante observar outras resoluções, como a RDC 222/2018. O documento regulamenta as boas práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (GRSS). Trata dos procedimentos relativos à identificação, acondicionamento, coleta e transporte de resíduos e outros quesitos.

Outros processos necessários para a legalização do estabelecimento de saúde:

O processo de regularização da clínica é feita não somente na Anvisa, mas também, em outros órgãos (municipais, estaduais e federais). Confira alguns dos passos

Definir natureza jurídica da empresa 

A primeira providência é definir se a clínica será cadastrada como pessoa jurídica (CNPJ) ou pessoa física. É necessário avaliar as vantagens e desvantagens de cada modelo e compreender qual é o mais adequado à sua clínica. Vale lembrar que você também deve definir o regime tributário da empresa. O regime determinará como seus impostos serão cobrados pelo governo. É importante procurar um contador com experiência na área para auxiliar, se você não possuir conhecimentos sobre o assunto.

Constituir o CNAE

A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) determina os serviços prestados na clínica. Essa classificação é disponibilizada nos formulários da Vigilância Sanitária ou em seu CNPJ. Mais de um CNAE pode se utilizado pela estabelecimento, mas um deles deve ser escolhido como o principal.

Conseguir alvará de funcionamento 

É uma autorização fornecida pela prefeitura local para o funcionamento da clínica em um município. Esse documento só é liberado se a clínica possuir uma estrutura adequada para a prática dos procedimentos definidos. O responsável pelo empreendimento de saúde deve levar ao órgão público seus documentos pessoais, inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM), CNPJ, IPTU do estabelecimento e o contrato social.

Solicitar CNES

Após a obtenção da licença da Anvisa, o próximo passo é solicitar o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Por meio dele, o Ministério da Saúde tem mais conhecimento sobre os consultórios, clínicas e hospitais que estão prestando atendimento em todo país. Estar cadastrado no programa é requisito fundamental para a prestação de serviços na área. Vale para clínicas médicas, consultórios, hospitais, policlínicas, ambulatórios fora do âmbito hospitalar etc.

Emissão do Certificado do Corpo de Bombeiros

O certificado é exigência para todos os edifícios, e os Bombeiros de cada estado são responsáveis pela emissão. Uma documentação é entregue à corporação e um especialista comparece ao local. Se as condições de segurança estiverem dentro dos padrões, o documento é liberado à clínica. Essas são algumas providências a tomar para que sua clínica seja regularizada. 

Leia também: PASSO A PASSO PARA LEGALIZAÇÃO DE UMA CLÍNICA DE INJETÁVEIS

Por Tatiana Santos

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